SER MULHER

Ser mulher.  Trajetória difícil a das mulheres.  A história nos mostra que alguns povos da antiguidade tratavam muito bem as mulheres... em outros, serviam apenas para reprodução e diversão.  Evoluímos e a mulher ainda é humilhada, violentada, usada e abusada... Será mesmo que evoluímos?  Em vários países da Ásia e da África, a mulher ainda é um ser nefasto, para os falsos moralistas... Não mais acredito quando dizem: que faz parte da cultura dos povos isso ou aquilo.

É apenas desculpa, de seres violentos e fanáticos.  Fanáticos religiosos e eu culpo quem escreveu a bíblia e o alcorão.  Colocaram a mulher em segundo plano. E nada mudou em séculos.

No Brasil, temos a Lei Maria da Penha, que melhorou bastante a situação das mulheres, isso quando não “pegar” um juiz machista em alguma comarca do interior do país.  Algumas mulheres acabam voltando para junto do agressor. Têm medo.  De quê? Dele? Maltratar os filhos?  A lei não as protege como seria o correto.  Outro assunto que incomoda muito, a maioria dos profissionais psicólogos, dizem que o agressor violento teve problemas. Apanhava dos pais quando criança e assistia à violência do pai contra a mãe, e tal... Não passa pela cabeça deles, que o agressor pode simplesmente ser uma pessoa de má índole?  Agredir a mulher porque gosta, porque sente prazer em bater nela?  Eu acredito.  Procurar desculpas só vai adiando a solução.

Eu nunca senti muitas diferenças entre homens e mulheres. Cresci ao lado deles, sabendo como pensavam e me sentia protegida.  Na adolescência, elas eram as inimigas e eles, os amigos e confidentes.  Aprendi muito no universo masculino.  A arrogância e a aparente prepotência de macho, na maioria dos casos, um disfarce, porque a sociedade arcaica assim deseja.

O preconceito e o machismo estão encravados na nossa sociedade.  É transmitido de pai para filho, de geração a geração.  Em algumas famílias, o machismo é mais evidenciado entre as mulheres, que não aceitam a liberdade  nos dias atuais.  Jovens machistas, garotas machistas. Condenando com veemência o comportamento de outros jovens.

São atitudes conservadoras e ocorrem em todas as classes sociais.  No dia a dia, o que eu vejo é o comportamento inadequado com as pessoas idosas. Principalmente com as mulheres, em ônibus, nas ruas ou em lojas.  A mulher idosa é uma “velha” enquanto que o homem é considerado “interessante”, e o tratamento para ambos os sexos é diferenciado.  A “velha” sempre perderá posição para o “coroa enxuto”. 

Não podemos falar de diferenças entre homens e mulheres, porque as marcas são outras... Não é o gênero, é a tradição e o preconceito. A nova onda do empoderamento feminino é uma nova tentativa de igualdade dos sexos.

Nell Morato — 07/03/2016