COM O LENÇO SEMPRE À MÃO
O lenço de mão surgiu na Itália e foi adotado pela corte francesa durante a Renascença, por volta de 1540, na mesma época em que Maria de Medicis difundiu o uso do garfo. O lenço era sinal de riqueza e alta posição nas cortes. As mulheres logo prestigiaram o pedaço de pano como um complemento do traje, pendendo do cinto o lencinho ricamente bordado. Às vezes, elas deixavam-no cair, sinal de amor pelo homem, que logo o levantava e aspirava o seu perfume. O cinema tem mostrado esta cena em muitos filmes. Certamente havia charmosos lenços de adorno, e os mais simples para resfriado.
Não é fácil encontrar hoje lenços de tecido no comércio, medindo 42 cm de lado (quase um guardanapo), de cambraia branca com acabamento à máquina mesmo. Manter um lenço usado na bolsa ou no bolso é anti-higiênico. Por isso, os descartáveis dominam o mercado. Envelopes de celofane na bolsa quebram o galho quando não há onde colocar um descartável usado.
Existem, entre os descartáveis, pacotinhos de seis lenços femininos de papel absorvente mais encorpado. Imitam lenços de cambraia de linho irlandês com listras em suave azul ou rosa – e cada uma das letras do alfabeto estampada para monograma à escolha do consumidor.
Assoar o nariz socialmente, quando se está resfriado para valer, não se admite à mesa. Diante da necessidade, pede-se licença para se levantar, pois higiene nasal é realizada aos poucos e sem ruído, num lavabo, onde se rejeita os descartáveis. Dito tudo isso, é fácil concluir que um forte resfriado impede de se comparecer a eventos sociais. Dizer: “Desculpe-me, não te beijo para não passar meu resfriado” não impede o desconforto de quem teme pegar uma gripe.
Dicas de etiqueta por Celia Ribeito (celia.ribeiro@zerohora.com.br) 13/09/2015