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O Interesse e os Interessados
O Interesse e os Interessados

O INTERESSE E OS INTERESSADOS

 

Diz o dicionário que “interesse” é: Aquilo que pode ser considerado útil, relevante, vantajoso ou proveitoso. Característica ou particularidade daquilo que pode reter ou chamar a atenção: espetáculo de grande interesse.
Relevância atribuída a algo: uma opinião de interesse geral.
Comportamento que denota estima para com alguém e para quaisquer coisas que lhe interessam: ele demonstra interesse pelo trabalho alheio.

 

Algumas pessoas só se aproximam de outras quando podem obter certa vantagem, tirar algum proveito, seja no trabalho ou ascensão social, às vezes, até vantagens financeiras.

 

Não existe nenhum interesse pessoal, a aproximação é programada, calculada,

 

E tão logo obtenha o que fez com que se aproximasse, parte em retirada. Enquanto está ao lado da “vítima” mostra-se prestativa e atenciosa, sempre disposta a auxiliar, participa dos assuntos e infiltra-se em todos os cantinhos possíveis e imagináveis. O importante é aparecer ao lado daquela “vítima”, que vai lhe abrir o caminho para o sucesso.

 

E os egos inflados...? Nada vamos conseguir passando por cima de outras pessoas. Porque não somos nada. Um exemplo foi à seleção brasileira na Copa do Mundo, de nada resolveu o Neymar em campo. Futebol é esporte coletivo, ele sozinho, nem com todo o talento poderia resolver. Não somos nada sozinhos, necessitamos de família ou amigos. Não para resolver nossos problemas, mas para dividi-los, quem sabe, e encontrar uma solução, bem mais rápido. De que adianta orgulho, arrogância, ego nas alturas, se você é uma ilha? Vai competir com o seu reflexo no espelho?

 

No mercado literário é bem pior. Somos tantos... Tantos escritores para um mercado que não precisa de nós. Um mercado que dá preferência à literatura estrangeira e escritores consagrados. Que um livro de um autor europeu, com todos os trâmites legais, tradução e demais procedimentos até ser enviado para as livrarias, o seu preço de venda é inferior ao de um livro de escritor nacional.

 

Lembro-me de um rapaz, em um grupo no Facebook, que fez uma pergunta inusitada, “o que ele precisava fazer para escrever um livro, publicar numa grande e conceituada editora, vender muito, transformar num Best seller e virar filme em Hollywood”. Algumas pessoas ironizaram. Inclusive eu. Sei que ele não gostou das respostas e deletou o post. É um sonho, uma utopia até.

 

Mesmo na Europa e Estados Unidos, um filme fazer sucesso estrondoso, não acontece todos os dias. O escritor acorda pela manhã e após o desjejum, ele pensa: “hoje vou escrever o melhor livro de todos os tempos”. Não funciona assim. Depende da aceitação do mercado, do público alvo, da divulgação, e todo um processo que não tem como prever.

 

No Brasil é muito mais difícil. Na Europa os escritores recebem direitos autorais devidos e dignos. Nós brasileiros, nos contentamos em publicar no Facebook, em Blogs, em Sites. Outros a participar de coletâneas. Alguns pagam para ter o livro impresso e outros tantos usam o sistema de livro digital.

 

Como sempre, nós nos “viramos” para resolver e aparecer.

 

Quando criei a fanpage do meu livro “Ensaios para a lua de mel”, comecei a compartilhar poesias de alguns poetas brasileiros. Escrevia no alto do post “Cortesia do poeta tal...” Todos ficavam surpresos e agradeciam efusivamente.

 

Levei algum tempo para entender o motivo. Ninguém fazia aquilo. Para eles, eu usava a minha página e promovia o poeta e sua poesia. E para mim, eu embelezava a minha página e encantava os visitantes. E continuo compartilhando, não como eu gostaria. Depois que o Facebook mudou o visual das páginas, perdi 50% do espaço e não são mais como antes, a disponibilidade, imagens pequenas e delicadas. Ficou feio.

 

Precisamos unir forças. Eu acredito que podemos mudar a realidade no mercado literário, se nos unirmos. Vai exigir muito trabalho e dedicação, mas o resultado é o que importa. Mas, diante da realidade que todos conhecem, ainda assim temos os arrogantes e os egos inflados. E por causa disso tudo, temos os interesseiros de plantão.

Nell Morato/15.10.2014