ESCREVER COM PAIXÃO E EMOÇÃO
A emoção com que escrevemos um texto ou poesia pode ser sentida por quem lê. Às vezes é tão forte, tão intensa a paixão que nos transportamos para dentro do texto, e o que brota de nossa alma, se mostra tão arrebatador que não desejamos mais voltar. Ficar para todo o sempre no encantador mundo mágico do nosso âmago, ou o lindo paraíso cor de rosa.
Estou aqui discorrendo como escritora e também leitora. Fui arrebatada por uma simples frase, que à época era a frase mais linda do universo, e estava completamente envolvida por ela. Estava na página da Chiado Editora procurando algumas frases para compartilhar, e de repente meus olhos a encontraram. Li e reli várias vezes. A imagem de um casal, só aparecia o rosto e parte do tronco, ela deitada e ele, no sentido contrário, com as duas mãos segurando a cabeça da mulher, os lábios próximos de sua orelha esquerda, a lhe perguntar: “De quantos homens precisastes para saberes que és minha?” Pedro Chagas Freitas.
E dali eu não conseguia sair, continuava lendo e relendo, e me perguntando quem é Pedro Chagas Freitas? Procurei na página e não consegui descobrir quem era. Deixei um comentário: “Quem é Pedro Chagas Freitas?” E compartilhei a frase e a imagem sugestiva. Estava verdadeiramente encantada pela simples frase. A emoção que ela continha era tão intensa que me tomou de assalto. E por vários dias não saia da minha cabeça, até que finalmente descobri quem era Pedro Chagas Freitas. Poeta português, intenso, diz ele que o seu fio condutor é o amor. E como escreve com paixão e emoção, não é à toa que tem um verdadeiro séquito de fiéis seguidoras, acredito até que algumas delas estão apaixonadas por ele ou já estiveram.
E na página do poeta eu me perdi. Perdi-me na louca paixão de seus escritos. O Pedro Chagas Freitas escreve sobre o amor e o sexo com naturalidade, sem medo de ser feliz, de uma forma intensa e arrebatadora. A cada leitura experimento uma emoção diferente, intensa e me transporto inteira para a pequena frase de gigantesco sentido. Minha amiga Maria Luíza Faria disse que outro poeta português, escreve com semelhante paixão. Não menciono o seu nome, porque preciso ir lá conferir, ainda bem que faz parte do meu círculo de amigos. Vou me preparar para a emoção.
Dois outros poetas que me emocionam é o Diego Brum, meu jovem amigo gaúcho que escreve como um veterano, e o outro meu amigo Mário Corredor, que também tem um fã clube de fazer inveja a qualquer Dom Juan. A maneira de escrever é diferente, um fala de um amor verdadeiro, suave e doce e o outro é sedutor e às vezes abusado. Mas a emoção é real e já me senti como a protagonista de várias poesias deles. Impossível não se emocionar.
Algumas vezes estou lá no Castelo Literário, curtindo, lendo as postagens e comentando... E sou literalmente derrubada por alguma frase, pensamento ou poesia. Às vezes, você lê uma frase com meia dúzia de palavras, que arrebata a sua emoção. Outras vezes, uma poesia com muitos versos e não lhe diz absolutamente nada.
Para escrever, muitas vezes eu preciso criar o clima... Uma música, um pensamento e mergulho dentro de mim, no meu paraíso. A escrita vai fluindo... E sem perceber vou escrevendo sobre amor e desejos e faço parte do cenário, daquele amor, daquela vida e estou sentindo o que descrevo... Ao despertar, a realidade parece vazia e assustadora. Algumas eu escrevi chorando, tanto que mal podia enxergar o computador. Tanta emoção e tanta dor, e a poesia absorveu tudo e as lágrimas secaram.
Nos últimos dias sinto que está mais fácil escrever. Muitas lembranças de uma vida feliz, todas aflorando ao mesmo tempo, eu fui menina e de repente já estou mulher e os pensamentos acabam ficando desordenados. Estou tentando acertar os arquivos por aqui, no meu baú de recordações.
NOTA: Não falei das talentosas poetisas. Complicado falar dos escritos do universo feminino, são tantas e fortes emoções. Em outra oportunidade.
Nell Morato
28.09.2014