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Homens e Mulheres e a Rotina do Casamento
Homens e Mulheres e a Rotina do Casamento

 

COMO HOMENS E MULHERES ENCARAM O SEXO DEPOIS DE ANOS NA ROTINA DO CASAMENTO

 

Ele chega em casa depois de um dia de trabalho pesado. Ela está no sofá, assistindo à televisão. Ele dá um oi e um beijinho, cansado, louco por um banho e alguns minutos de sossego. Ela, depois de também trabalhar fora, igualmente não está lá muito animada para fazer qualquer outra coisa que não seja se enfiar debaixo das cobertas e dormir.

 

O casamento está assim, meio morno? Bem diferente do que era no início do relacionamento, quando bastava um toque na pele para sentir o corpo pegar fogo? Pois por mais que os especialistas afirmem que é possível manter acesa a chama da paixão, a realidade é, em geral, diferente. Sobretudo para quem está casado há muitos anos

 

A falta de desejo é a queixa número 1 de quem vive relações longas, afirmam os especialistas. O sexo rotineiro pode ser bom? Depende, diz a sexóloga Laura Müller. A rotina pode, sim, ser fatal à vida sexual, mas não necessariamente. Há uma série de vantagens e prazeres no sexo rotineiro. Um dos pontos positivos: com o passar do tempo, a cumplicidade e o entrosamento entre o casal tendem a aumentar. E isso faz bem ao sexo. Na cama, quanto mais à vontade você está em relação ao outro, melhor.

 

O sexo flui com espontaneidade. O lado ruim é a acomodação.

- Muitas vezes, a gente para de buscar novas formas de dar e de sentir prazer. Ou simplesmente se esquece de namorar - alerta Laura Müller.

 

A relação sexual costuma perder qualidade quando o casal para de agir como nos tempos do começo do namoro. Esquece do quanto é gostoso beijar na boca, ou jantar a dois, ou planejar uma noite de sexo. Enfim, esquece do quanto é bom namorar - e terminar a noite numa envolvente e apaixonada relação sexual.

 

Para saber o que pensam e como agem homens e mulheres (casados) quando o assunto é vida sexual após longos anos de convivência, Donna conversou com homens e mulheres. Eles afirmaram que transam mais. Elas, que preferem qualidade à quantidade.

 

O que eles dizem

"Transamos à noite, duas ou três vezes por semana. A maioria das vezes eu sou mais interessado do que ela, mas não sei o porquê disso. Aliás, uma das piores coisas é transar por obrigação, aquele sexo feito só para agradar, quando você quer e ela não. Para aquecer o relacionamento, a minha mulher aposta em lingeries. Adoro isso. Também tomamos um banho juntos ou fazemos um jantar antes de transar".
Auxiliar administrativo, 30 anos, casado há cinco.

 

"Fazemos um sexo normal para a nossa idade, duas ou três vezes por semana mais ou menos. Sem hora para fazer, sem rotina. Geralmente, é à noite. E não tem essa história de um querer fazer e o outro não. Os dois gostam da mesma forma. Não tem fantasia, não tem nada. Quando existe amor, não existe rotina. Sabe o que eu gosto mais nela? O todo. Sou um romântico".
Aposentado, 72 anos, casado há 30.

 

"Temos uma vida bem ativa, transamos seis vezes por semana, ou antes de dormir ou depois de acordar. É cada vez melhor, porque a gente conhece cada detalhe da mulher. Mas vou te dizer, com minhas duas outras mulheres não foi assim, era bem mais devagar porque elas não queriam tanto. Sabe como é, você está a fim e ela corta. Você tenta de novo e ela corta. Na terceira vez, você já pensa duas vezes antes de tentar. Depende muito dela".
Ceramista, 44 anos, casado há quatro.

 

"Estou satisfeito. Transamos todos os dias, te juro, sem mentira. Pode ser de manhã ou à noite, mas todos os dias. À vezes, chego em casa cansado, depois de trabalhar o dia inteiro e sem pensar em sexo. Mas vou te dizer. É só ela encostar em mim que eu fico com vontade. E não tem muita fantasia, muita coisa diferente. A única coisa que eu gosto muito é quando ela fica de minissaia e de salto alto".
Divulgador, 20 anos, casado há quatro.

 

"Quando era solteiro, tinha aquela coisa da novidade, do sexo pelo puro prazer, da atração. Quanto mais a gente amadurece, mais conhece os caminhos do outro. Estou satisfeito, transamos de três a quatro vezes por semana. O que mais gosto é de transar depois de um bom banho juntos".
Corretor de imóveis, 45 anos, casado há 21.

 

O que elas contam

"Nossa vida sexual, depois de 18 anos de casados, está muito mais gostosa agora do que quando casamos. Naquela época, nenhum de nós sabia o que fazer para proporcionar prazer ao outro e tínhamos vergonha de falar sobre o assunto. Hoje, estamos mais soltos e tudo flui melhor. Posso dizer o seguinte: diminuímos na quantidade de transas por semana, mas aumentamos muito a qualidade".
Dona de casa, 38 anos, casada há 18.

 

"Nunca fomos de conversar muito sobre sexo. Sempre foi uma coisa meio automática. Eu me sentia um objeto nas mãos dele, porque nunca eu o vi preocupado em saber se eu estava gostando ou não. Até que um dia encontrei um cara, tivemos um caso, e foi sensacional. Me senti uma mulher desejada pela primeira vez, e vi que não era frígida ou coisa assim. Era ele que não sabia me tocar, e eu tinha vergonha de falar".
Publicitária, 45 anos, separada há dois.

 

"Lá em casa é assim: nos sábados, as crianças (uma de cinco e outra de três anos) vão dormir na casa da avó. Aí sim, temos um tempinho para nós dois. Podemos namorar à vontade, sem pressa. É ótimo. Durante a semana nem dá tempo de pensar em sexo. Trabalhamos muito e, quando chegamos em casa, temos as meninas para cuidar. Não há tesão que aguente".
Lojista, 31 anos, casada há nove.

 

"Pra mim, sexo tem muito a ver com o que aconteceu durante o dia. Não tem essa do cara quase não conversar comigo o dia todo, me ignorar e depois vir se chegando para o meu lado de noite, achando que qualquer diferença se resolve na cama. Muito pelo contrário. Sexo tem tudo a ver com o clima: se o dia foi bom, se rolou alguma intimidade, se me senti querida e respeitada, aí sim a coisa rola solta. Caso contrário, o melhor é nem chegar perto".
Bancária, 33 anos, casada há quatro.

 

"Quando casamos, tínhamos uma vida sexual bem ativa. Antes de casar era melhor ainda. Depois vieram as crianças, meu corpo mudou muito, e eu fui ficando retraída. Meu marido também nunca foi de reparar muito em mim, nunca me elogia, vive no mundo dele. E isso foi nos afastando sexualmente. O sexo é uma coisa que se constrói todo dia. Para pegar fogo precisa de muitos ingredientes: tesão, interesse pela vida do outro, carinhos, preliminares. O sexo deve ser o último passo, e não o primeiro".
Publicitária, 47 anos, casada há 20.

 

"Gosto mais de sexo do que o meu marido, com certeza. Ele, quando chegou perto dos 50 anos, foi deixando de me procurar. Acho que a testosterona dele diminuiu muito. Ou vai ver até que tem outra por aí. Eu me sinto um pouco frustrada, pois gostaria de transar mais. Gosto de sexo e, principalmente, das preliminares".
Advogada, 52 anos, casada há 27.

 

"Não consigo nem imaginar que um dia todo esse tesão que sentimos poderá diminuir. Transamos quase todos os dias - e nos finais de semana, chegamos a transar duas vezes no mesmo dia. Esses primeiros anos de casados estão sendo incríveis, em todos os sentidos".
Professora, 27 anos, casada há cinco

 

Fonte:  GZH/Revista Donna em 26/03/2014