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É possível ter um orgasmo dormindo?
É possível ter um orgasmo dormindo?

 

É POSSÍVEL TER UM ORGASMO DORMINDO? ESPECIALISTAS EXPLICAM AS RAZÕES POR TRÁS DO PRAZER DURANTE SONO

Para os homens, a ocorrência é mais evidente. No caso das mulheres, o fenômeno ainda é pouco estudado e está permeado por tabus

Qualquer pessoa pode ter um orgasmo enquanto dorme, afirmam especialistas.

 

Já ouviu falar em orgasmo noturno? O conceito mais conhecido é relacionado ao público masculino com o nome de "polução noturna", quando envolve a experiência de ejacular durante o sono — situação muito comum na adolescência ou em fases de pouca atividade sexual. Mas será que fenômeno semelhante também ocorre com as mulheres?

 

Qualquer pessoa pode ter um orgasmo enquanto dorme. Para os homens, a ocorrência é mais evidente por conta da presença do sêmen. Para as mulheres, essa identificação pode ser um pouco mais difícil, já que características físicas são pouco perceptíveis e a questão ainda é permeada por tabus.

— É uma coisa pouco estudada, assim como quase tudo dentro da sexualidade feminina. O que acreditamos: sim, é possível as mulheres terem orgasmos enquanto dormem, porque isso envolve uma resposta cerebral fisiológica do organismo. Acontece com muito mais frequência do que é relatado — aponta a ginecologista e sexóloga Joana de Araújo.

 

De acordo com a especialista, a experiência pode variar. Há mulheres que relatam acordar lubrificadas e com sensação de bem-estar (parecida com a de um orgasmo oriundo de estímulos físicos). Outras simplesmente podem nem lembrar do orgasmo ao despertar.

 

Como a mulher tem um orgasmo sem contato físico?

O orgasmo noturno costuma acontecer na etapa REM (movimento rápido dos olhos, em tradução livre) do sono, considerada a fase mais profunda do ciclo. Nesse estágio, há um aumento do fluxo sanguíneo, que pode se concentrar na região íntima.

— Nessa fase, ocorre o relaxamento da musculatura do corpo e uma vasodilatação, com aumento da circulação sanguínea em determinadas partes, inclusive nos genitais. Esse processo fisiológico é parecido, mas não igual, ao que acontece na fase de excitação em uma relação sexual e na masturbação. Então o cérebro pode desencadear uma reposta sexual — explica Joana.

 

Esse aspecto combinado a fatores capazes de influenciar o desejo sexual feminino, como estar em fase de ovulação ou ter um estímulo sexual prévio antes de dormir — ver um filme ou ler algum livro erótico e se masturbar, por exemplo — aumentam a probabilidade do fenômeno.

 

Além desses pontos, a sexóloga Joana de Araújo cita a ausência de fatores inibitórios durante o sono como algo importante.

— Quando você está dormindo, não tem nada que te impeça. Não tem crenças, tabus, vergonha. A mente está calma e tranquila. 

 

Conforme a psicóloga, psicanalista e sexóloga Laura Meyer, o orgasmo noturno geralmente está associado a sonhos eróticos, embora não seja uma regra. Ele também pode representar uma resposta do inconsciente em relação a desejos ocultos e repressões.

— Quando dormimos, permitimos que o nosso inconsciente flua. Nos liberamos de repressões e conflitos. É uma fonte de informações que revela coisas de dentro de nós. Durante o sono REM, o sangue circula mais para os órgãos genitais e, nesse momento em que a cabeça flui, ela se permite ter aquele prazer. Essa junção faz com que possa vir acontecer a excitação e o orgasmo — declara Laura.

 

Como ter um orgasmo noturno?

Apesar da facilidade aparente que seria dormir e ter um orgasmo sem muito esforço, tanto Joana quanto Laura pontuam: não existe uma forma de garantir a experiência noturna. Ela ocorre de forma involuntária e sem probabilidades definidas.

— O mais inteligente a se fazer é procurar o orgasmo com a masturbação, que para as mulheres costuma ser mais fácil, ou com uma parceria, transmitindo os gostos e desejos — diz Joana.

 

A ginecologista frisa que desejo e prazer demandam empenho. Por isso a importância do autoconhecimento e da comunicação em uma relação.

— O orgasmo precisa que não tenhamos travas sociais ou fatores inibitórios. O passo é a gente conhecer o próprio corpo, saber do que gosta e transmitir isso ao outro. E, durante a relação sexual, é preciso estar concentrada na ocasião — reforça.

 

Como elemento adicional, a sexóloga Laura Meyer defende que as mulheres se permitam pensar mais em sexo.

— É muito saudável pensar em sexo, conversar sobre o assunto com amigas, ler literatura erótica, por exemplo. São elementos combustíveis para o nosso desejo. Isso faz com que a mulher se solte, se imagine mais e possa desfrutar de uma vida sexual saudável.

 

Fonte: Revista Donna/ZH/Produção: Carolina Dill em 28/08/2024 — Atualizada em 27/11/2024