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O filme Enola Holmes e o feminismo
O filme Enola Holmes e o feminismo

 

Comentei sobre o filme ENOLA HOLMES lá na página da Netflix, no Facebook e as feministas piraram, pois disse que o filme era bem feminino e não feminista. Não gosto de rótulos e o empoderamento feminino não tem nada a ver com manifestações ridículas, mulheres nuas, xingamentos desnecessários, etc.

 

O filme é baseado na série de livros da escritora inglesa Nancy Springer, com tradução de Livia Koeppl. ENOLA HOLMES: O caso do marquês desaparecido.

 

O filme é divertido e a Millie Bobby Brown está incrível aos 16 anos, sem contar que temos também o bonitão Henry Cavill.

 

Vários comentários concordando com a minha opinião:

N.F. diz:  “Concordo totalmente com você, Nell. Vi o filme ontem e pelo que entendi não é feminista, e sim espelha a mulher que sabe o que quer, que é muito feminina sim, mas não leva desaforo pra casa.”

 

M.C. diz: “Adoro essas ponderações! Acho exatamente isso! As mulheres tem que lutar por seus direitos de forma feminina, empoderamento feminino sem tais manifestações da forma que você mencionou mas bem feminina! Já estou doida pra assistir!”

 

C.M.Q. diz: “Só para salientar que o feminismo tem, pelo menos, três correntes teóricas bem consolidadas e apenas uma aprova a nudez como empoderamento ou forma de protesto.”

 

Minha resposta: 

Feminismo radical: a supremacia masculina é eliminada;

Feminismo liberal: O feminismo liberal teve origem no Iluminismo cuja premissa central era que a sociedade justa é aquela que resulta das livres opções de indivíduos educados e conscientes ou "iluminados";

Feminismo interseccional: O conceito de interseccionalidade surgiu a partir de círculos sociológicos no final dos anos 1960 e início dos anos 1970 em conjunto com o movimento feminista multirracial. Ele veio como parte de uma crítica do feminismo radical que tinha desenvolvido na década de 1960 conhecido como o "teoria feminista revisionista ". Esta teoria feminista revisionista "desafiou a noção de que" gênero "foi o principal fator determinante no destino de uma mulher";

Feminismo negro: O feminismo negro é a designação utilizada para nomear o movimento de mulheres atuantes tanto na esfera da discussão de gênero quanto na luta anti-racista. As feministas negras argumentam que as mulheres negras são posicionadas dentro das estruturas de poder de maneiras fundamentalmente diferentes das mulheres brancas. Resulta daí a centralidade no feminismo negro do conceito de interseccionalidade. Os críticos do feminismo negro argumentam que as divisões raciais enfraquecem a força do movimento feminista em geral, mas também do movimento negro.

Por isso, não gosto dos rótulos, sempre acaba mal. Radicalismo é uma praga que divide a humanidade; e não encontrei absolutamente nada sobre manifestações, nudez e a agressividade que assistimos por aí. É o tal do radicalismo! C.M.Q. melhor ser feminina ou masculina e fazer nossas próprias escolhas. Existe uma grande diferença entre "se impor" e "impor a nossa vontade"... se impor abre portas.”

 

Ela escreveu de volta:  Não. Sem o feminismo, eu provavelmente não poderia estudar - não para ser doutora, como estou fazendo - nem votar, muito menos ser escritora. Foi o feminismo que conquistou isso para mim e luta para conquistar para todas as mulheres do mundo. Luta por equidade, nada a ver com nudez em quase todas as correntes. Isso que você alega "ver por aí" é sensacionalismo midiático. E não tem nada a ver com ser feminina ou masculina. As pautas do feminismo são sobre salários igualitários, combate à violência doméstica, combate à dupla jornada, enfim, que a mulher seja tratada como cidadã e não como sub-humano como vem sendo tratada desde os primórdios do patriarcado. A luta feminista é séria, embora, como em todas as lutas, haja pessoas menos sérias.

 

Eu respondi:  Depende do ponto de vista. Eu não devo nada para esse movimento, na verdade nunca me preocupei com isso, nunca precisei. Não sou contra o feminismo, não gosto do radicalismo, assim como não tenho nenhum preconceito. Eu vivo e deixo viver. Não gosto de ser cobrada por algo que não concordo, é uma questão de ponto de vista. Foi o que deu origem a esta publicação. Sugiro um livro: O Voo da Águia, de Elza Duarte, está na Livraria Leia Livros, www.leia-livros.com/livraria Mulher, negra, nasceu pobre no interior do Rio Grande do Sul, sofreu muito, sofrimento físico e mental. Não ganhou nada de ninguém, de nenhum movimento libertador, digamos assim. Precisa ver onde ela está hoje. Ela foi buscar o que queria para sua vida, sem depender de ninguém. Isso não tem preço! Está cada dia mais difícil pensar por conta própria.

 

Das minhas lembranças do Facebook — Publicado em  27/set/2022