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O Dedo
O Dedo

 

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O Dedo

 

Era uma vez o dedo de um metalúrgico. Ele vivia sua vidinha , assinando documentos do sindicato, apalpando viuvinhas que vinham recolher a pensão dos maridos mortos e, ocasionalmente, acionando o torno.

 

Um dia, ou noite, ele foi cortado. A dor e o caos

 

O envolveram. Seus irmãos os outros quatro, sumiram. Ele foi parar num vidro com álcool. Rodou de mão em mão (nenhum trocadilho envolvido) até ir parar num laboratório.

 

Lá, por meio de uma nova tecnologia, foi revivido e ganhou consciência.

-Temos boas notícias para você -disse o cientista- vamos reintegrá-lo à mão de onde você veio.

-Sério? Muito obrigado senhor! Muito obrigado!-disse o dedo.

 

Chegou o dia da operação. O dedo estava no leito cirúrgico. Foi então que o cientista entrou com os médicos e com o dono daquele saudoso dedo, perdido a décadas.

 

Quando o homem de barba e cabelos brancos chegou perto do leito o dedo começou a tremer e saiu pulando desesperado, quase se quebrando no chão.

-Espere!- disse o cientista- o que você está fazendo? Nós só queremos devolver você para a mão que você pertence!

-Mas eu não sei quem é esse cara!- disse o dedo.

-Ele é seu dono! Vocês têm o mesmo DNA!

-Cale a boca, seu mentiroso! Meu dono é um operário, um homem da classe trabalhadora!

-Mas ele É da classe trabalhadora!

-Conta outra, cara!- respondeu o dedo, indignado- Até eu, que nem tenho nariz, consigo sentir o cheiro de uísque escocês, vinhos franceses envelhecidos em barris de Carvalho e charutos cubanos vindo desse cara! É cilada, Bino! É cilada!- disse o dedo pulando desesperado e desaparecendo da vista da equipe médica e do paciente.

 

Nesse domingo, dia 30, não caia em cilada. O cara que você acredita ter cheiro de povo morreu há pelo menos quarenta anos. Esse daí é quem o Obama, depois de chamar de "o cara", descobriu se tratar de um gangster. O preço da liberdade é a eterna vigilância.

 

Publicado no Facebook em 25 de outubro de 2022. Autoria desconhecida