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Entrevista publicada no FLAL em 2021
Entrevista publicada no FLAL em 2021

 

1- Apresente as áreas profissionais do livro em que você trabalha.

Área comercial (marketing), o contato e negociação com os autores; é preciso adequar o livro ao trabalho dos escritores, pois é autoral e deve ser editado com a "cara" deles;

Consultoria, leitura crítica e revisão de textos: Também a negociação junto às gráficas e transporte dos livros impressos;

Apresentação dos vídeos (lives), num bate-papo literário descontraído com os autores e seus convidados.

 

2- O quanto considera importante a edição profissional de um livro?

Não posso mensurar a importância. Simplesmente é importante. Uma boa revisão, uma diagramação que enche os olhos dos leitores, que torna o livro atrativo, ISBN e FC, que lhe concede a oportunidade de participar de vários concursos públicos, sem a ficha catalográfica não pode participar, por exemplo, do Prêmio Jabuti, tão importante premiação em nosso país. Eu já revisei livros que ganharam prêmios internacionais, o que me enche de alegria, mas o que conta é o trabalho sério, o serviço profissional com profissionais que entendem do assunto.

 

3- Quais as armadilhas comuns aos novos autores?

É uma questão de preço, um preço muito baixo pode ser um serviço ruim ou o contrário, um preço muito alto de edição e a editora fica devendo, apresentando um péssimo serviço, ou até mesmo não entregar aquilo para a qual foi contratada. O que ainda vejo em grupos no Facebook, é a dificuldade com a língua portuguesa. Ok, temos revisores que podem resolver esse impasse. Porém, não vejo progresso. Sempre sugiro muita leitura e palavras cruzadas para aumentar o vocabulário. A Leia Livros tem um autor, há alguns anos já, (nossa, vamos completar cinco anos em dezembro) e é impressionante a evolução que aconteceu na sua escrita e na língua portuguesa. Mas, é um autor que não para... está sempre pesquisando, lendo, inteirando-se de tudo, participativo. Quem quer, vai lá e faz!

Eu, vejo esse assunto da língua portuguesa de forma diferente da maioria, que vira a cara, descarta, nem quer saber o que a pessoa escreve. No entanto, eu gosto de avaliar o texto, que na verdade é o mais importante. Imaginem um autor que fale e escreva corretamente e nenhum talento para criar uma história, não tem jeito, a mediocridade toma conta dele. O contrário, um texto cheio de erros ortográficos e a narrativa esplêndida, cativante... Aí a gente chama o revisor, que conserta tudo!

 

4- Qual a importância da leitura crítica para um livro?

A finalidade é analisar o conteúdo do texto, evitando que os autores se percam dentro da própria história. Também, esclarecimento de todos os fatos criados no enredo, que não deve ter pontas soltas. Mais cuidado ainda com livros históricos.

 

5- Como profissional do livro, como enxerga o livro em si?

Livro traz o conhecimento, e o conhecimento muda a vida das pessoas. É muito importante valorizar o livro e a leitura. As mães devem ler para seus bebês, desde o útero. E continuar a leitura durante todo o tempo que for possível, infância, adolescência, etc.

É outra vida, é muito positivo.

 

6- Se você pudesse se descrever em três palavras, quais seriam e porquê?

Flores: principalmente as margaridas, que fazem parte da minha vida desde sempre; fazem parte da natureza, assim como eu e em algumas ocasiões, já senti o perfume apenas em ver uma imagem, é muito especial;

Felicidade: Ser feliz é diferente de estar feliz... Quando quero alguma coisa eu vou buscar, às vezes não dá certo pois depende de outras pessoas e então, entra no jogo a esperança e a parca paciência que tenho... Porém, eu não deixo de ser feliz, não tenho tudo o que quero, mas o que eu tenho me deixa feliz... Fazer livros, escrever um novo livro, isso é felicidade literária...É bom demais!

Poesia: Tudo o que nos cerca é poesia. Eu nem gostava muito de poesia, achava triste e melancólico, as únicas que eu lia eram do Mario Quintana, tudo muito simples e direto. Conheci um poeta que disse que eu era um poema e precisava viver esse poema para ser poesia. E acabou acontecendo que a poesia me agarrou e transformou a minha vida. Poesia é o alívio da alma, escrevo para acalmar o meu coração e a minha alma inquieta.

 

7- Prefere e-book ou livro físico? Justifique sua preferência?

Livro físico, com certeza. Ter o livro em mãos, sentir a textura do papel, o cheiro, marcar a página, voltar, o suave som do manuseio do papel, às vezes, parece música... Nada contra e-book, porém é mais tela, mais luz azul em contato com os olhos e com a pele. Sem contar que e-book você não pode ler em qualquer lugar, pois pode ser assaltada e levarem seu tablet ou smartphone.

 

8- O livro deve passar por uma revisão profissional, após a revisão do autor?

Com certeza. O autor deve revisar seu livro, até para aparar as arestas ou fazer alterações que julgar necessário, nunca a revisão final, que deve ser com um profissional. Aconteceu comigo no meu primeiro livro, precisou de um revisor profissional e não aconteceu.

 

9- Qual a real importância da capa para o livro?

É o que o leitor vai ver em primeiro lugar. Poderá ser decisivo para a leitura do livro. A capa deve insinuar o teor da narrativa, assim como, harmonizar com o título do livro.

 

10- Você acha que os preços dos livros físicos deveriam ser mais acessíveis na produção?

Recentemente fiz uma negociação com a gráfica que a Leia Livros trabalha e, conseguimos baixar quase pela metade os preços na produção. Atualizei todos que estavam aguardando impressão e os autores ficaram satisfeitos com o resultado final, aumentando a quantidade de exemplares. Trabalhamos com excelente impressão, papel de qualidade e serviço técnico exemplar. Nada para reclamar.

 

11- Qual sua opinião sobre “audiobook”? Já fez algum?

Gosto de audiobook, ainda não fiz. Já falamos a respeito na editora, porém, nada foi decidido. Contratar atores para interpretar acaba ficando caríssimo e o retorno, ainda parece ínfimo para cobrir as despesas.

 

12- Você acredita ser importante classificar os livros por faixa etária? E quem deveria fazê-lo, o autor ou a editora?

Sim. Ainda temos moral no país, para determinar o que é coisa de criança, de adolescente, de jovem e de adulto e creio que ambos, autor e editora devem definir, a não ser que exista uma predeterminação ou lei que deve ser cumprida. É meio confuso, pois alguns livros que existem há anos, foram proibidos. A editora deve ficar atenta para proteger os seus autores.

Escritora/Revisora/Editora

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